06/01/2012

Foi assim que o Outono se fez...

Um dia Bartolomeu passeava pela floresta e olhava as folhas das árvores com entusiasmo. Nenhuma delas caía ao chão. Apenas os seus frutos na devida altura. Tantas vezes que vira aquelas árvores reparava numa coisa. A dada altura quando o inverno começava as folhas uns meses antes ficavam da cor da castanha. Mas estas folhas de cores acastanhadas nunca caíam. 

Foi para casa e perguntou ao pai o porquê das folhas não caírem. Ele respondeu que não lhe sabia explicar.
Perguntou o mesmo à mãe e disse-lhe então que para elas caírem era preciso subir às árvores e pular em cima dos ramos, ou abanar toda a árvore ou abanar todos os ramos.  E por ultimo se nada disso resultasse arrancar as folhas com as mãos.
Bartolomeu abeira-se junto a uma destas árvores grandes e carregadas de folhas acastanhadas, aquelas malditas folhas que não caíam e abraça-a para a abanar, mas não tem forças. Tenta subir mas é pequeno de mais. Tenta saltar para agarrar um ramo para fazer como a mãe lhe disse, mas não tem força para se aguentar. E quando estava quase a conseguir colher uma mão cheia de folhas, escorrega e cai com o rabo no chão. Solta um enorme grito. Como Bartolomeu tinha uma grande boca, o grito saiu muito alto. E todas as árvores abanaram, deixando cair todas as folhas.

Esta estação ficou conhecida por Outono porque vem da palavra "Ao tombo". O famoso tombo, trabalho, malho, caída, queda, que Bartolomeu deu nesse dia. Todos os anos por aquela época todas as árvores deixavam cair algumas folhas para que Bartolomeu não voltasse a gritar.

img: Barthelemy's big mouth by *ploop26

2 comentários: