Poderemos sempre brincar...

Era uma vez, uma menina que gostava muito de se empoleirar no ramo das árvores. Brincava com o seu melhor amigo. Marco e Dalila. Eram estes os seus nomes. Dalila era irrequieta. Fazia lembrar os rapazes da sua idade. E da sua idade era o Marco, que tinha a calma das meninas. Era muito sonhador. Pediu então ao pai para que lhe colocasse um baloiço num dos ramos da sua árvore favorita. Assim estava com a Dalila, e brincava com ela na mesma árvore. Cada vez que a primavera lhes chegava aos cantos da casa, a alegria era enorme. Marco convidava sempre Dalila para ir brincar lá para casa. Até que um dia, Dalila, farta de ir sempre para casa dele, fazer sempre o mesmo, convidou-o a ele, para ir brincar para a floresta. Marco não queria. Tinha medo, mas ela não. E então fez uma aposta com ele. Caso ele fosse com ela, ela dava-lhe um beijinho e um abraço muito forte, como fazem as pessoas grandes. Este engelhou o nariz, mas tudo bem. 

No dia seguinte lá foram eles em direcção à floresta. Dalila num certo ponto, virou num terreno com muita vegetação alta, para pregar um susto ao Marco. Ele, perdido e com muito medo de se perder naquela imensidão, gritou pela amiga. Ela não respondia. Dalila estava mesmo ao seu lado quando este se vira e ela lhe espeta um beijo em cheio na boca e lhe dá um abraço grande. Marco já chorava e ela disse-lhe com voz calma ao ouvido, "Desculpa. Não te queria fazer chorar." 

"Poderemos sempre brincar, mas temos de ter cuidado com os medos dos outros."

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